RÉLOGIO

Minha lista de blogs do curso Tics

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

você disse Curador?

Você disse Curador?
Talvez tenha sido em alguma exposição, no jornal ou na internet que você ouviu falar da palavra curadoria. O universo da arte possui suas nomenclaturas específicas e essa é uma delas, cujo protagonista principal é a figura do Curador. Mas afinal, qual é o papel da curadoria em uma exposição? Para que serve? O que faz o curador?
Depois de ler este texto, faça o seguinte: visite uma exposição na sua cidade, pode ser um espaço cultural, uma galeria, um museu. Procure entrar neste lugar com um olhar diferente do habitual. Sua primeira tarefa é investigar. Olhar como quem procura desvendar aquele espaço construído e simbólico, carregado de sentidos. Comece pela localização da exposição. É um museu? É um centro histórico? Sua arquitetura é moderna ou mais clássica? É uma galeria de arte contemporânea?
Ao chegar, observe as sutilezas das informações. Comece pelo nome da exposição e o texto de abertura. O que diz? Quem escreveu? Observe se existem outros textos. Caso positivo, leia-os com atenção e procure identificar como ele constrói o diálogo entre as peças da exposição. Imagine-se com uma enorme lupa que percorre o espaço a procura de pistas. Leia a ficha técnica, que constitui a relação de profissionais envolvidos na realização daquela mostra. Perceba a quantidade de profissionais que trabalharam para que aquela exposição fosse efetivamente concretizada. Lá, você encontrará o nome do Curador. Foi ele quem idealizou, planejou, criou situações, redigiu os textos e propôs toda aquela configuração de espaço que, a grosso modo, constitui a disposição das telas, das esculturas, dos objetos, etc.
Quando entrarmos neste espaço construído, acreditem, nada é aleatório, descompromissado com o contexto. Existe uma intencionalidade, uma proposta que deverá ser percebida por você. Tente responder a pergunta: Como essa exposição está organizada? Porque essas peças estão juntas? Elas se comunicam? Pertencem ao mesmo período? É do mesmo artista? Segue uma linha cronológica? Olhe com atenção a etiqueta de identificação dos trabalhos. Lá você encontrará informações como o nome do autor, título, ano, técnica, dimensão e demais indicações consideradas relevantes. Aproveite para se movimentar entre os espaços. Se afaste e se aproxime, percorra os vazios sugeridos. Não seja passivo diante de uma exposição! Participar da experiência sugerida é fundamental para vivenciar a proposta dos artistas que idealizaram determinados trabalhos em contextos específicos. É papel do curador ficar atento a essas sutilezas, ou seja, criar a situação e o ambiente adequado para abrigar os trabalhos.
Muitas vezes, é possível utilizar técnicas como pintar as paredes de determinado espaço para indicar que ali, algo diferente aconteceu. Ao inserir um trabalho ao lado do outro, o curador propõe intencionalmente uma leitura. Procure descobri o que é dito nas entrelinhas. Observe também os suportes utilizados, como cubos, vitrines, etc. Esses elementos também pertencem ao conjunto, também comunicam algo e intencionalmente estão inseridos naquele contexto.
Após sua visita, você seria capaz de responder qual foi o critério adotado pelo curador?
Concretizar uma exposição não é tarefa fácil. Existem várias etapas necessárias até que finalmente consigamos atingir a fase final (ou seria inicial?): EXPOR ao fruidor aquele conjunto de trabalhos da melhor maneira possível. Talvez daí o termo EXPOsição.
É muito importante um projeto, um planejamento, um estudo das obras, dos artistas, dos movimentos que farão parte da exposição. Selecionar as obras, os textos, os núcleos, se assim for o caso, é tarefa do Curador. Ele pode agregar também elementos que tornem a exposição mais atraente e didática, como linha do tempo, imagens plotadas, vídeos, etc. Ele também pode explorar a luz, o som, a arquitetura do lugar. Em poucas palavras, montar uma exposição é viver uma exposição.
Agora, se imagine como um Curador. Aquele que irá selecionar as obras irá propor conexões e aproximações entre elas, irá redigir textos e criar as melhores situações para abrigar os trabalhos. Experimente! É importante lembrar que o elemento visual é fator muito importante em nossa tarefa. Ao montar uma exposição você estará realizando um exercício de composição no espaço. Por exemplo, uma obra muito grande perto de uma muito pequena pode não funcionar bem. É fundamental buscar o equilíbrio, assim como em um texto, onde inserimos espaços e incluímos palavras próximas que dêem sentido à nossa frase, assim também é a montagem de uma exposição. Cada peça, cada trabalho deve ser parte deste texto que, para uma leitura eficiente, necessita de espaço, de tempo, de poucos ruídos, e até de silêncio. Muitas vezes a montagem pode valorizar ou prejudicar um trabalho, por isso, cuidado!
Quando aproximamos um trabalho que não se comunica bem com o outro percebemos imediatamente que alguma coisa não funcionou na exposição. Existe uma desarmonia naquele lugar. É preciso sensibilidade, cuidado em não alimentar os ruídos entre as imagens. O Curador deve estar bem atento ao espaço, deve ter esse cuidado. Mesmo tendo como aliados diversos profissionais é dele a palavra final. Portanto, tenha responsabilidade com as obras que você escolher para compor a sua exposição. Visite muitas mostras, observe os detalhes, seja um estudioso do espaço, pois ele é o seu maior aliado. Imagine o desafio de enfrentar uma folha em branco, uma tela em branco, uma galeria em branco.
Mãos a obra!
Boas descobertas e bom trabalho!
Texto: Tutora Patrícia Glayds Ribeiro
Avaliação Final
Após a leitura do texto “Você disse curador?” você deve ter percebido a importância do papel do curador no processo de produção e apreciação artística. Saber apresentar e expor as obras de arte é fundamental para ajudar a desenvolver uma maior compreensão das obras e seus múltiplos significados. É importante, portanto, ter muito cuidado no planejamento da escolha das obras e no seu posicionamento dentro da galeria. Colocar uma obra antes ou ao lado de outra, pode enriquecer seu significado, enfatizar sua mensagem ou, se a proposta não for bem elaborada, pode confundir o público. O exercício final que estamos propondo, diz respeito à montagem de uma galeria virtual, onde você será o curador.
Dando continuidade à nossa proposta contextualizada que tenta dialogar com o espaço vivencial habitado por você gostaríamos de propor a construção de um diálogo entre um artista brasileiro (que você conhece, ou que você gostaria de conhecer) escolhido por você e um assunto abordado na nossa disciplina; a seguir algumas sugestões temáticas:

- Paisagem
- Retrato
- O corpo
- A intimidade familiar
- Arte e Política
- Denúncia social
- Arte efêmera
- Religião e espiritualidade
- Arte e ciência
- Provocação artística
- Arte e cultura de massa
- A Beleza na Arte
Você percebeu quantos os temas que abordamos (tem muito mais, claro!) e que podem ser trabalhados na galeria de vocês? Por exemplo, você escolhe montar uma exposição sobre arte e denúncia social.

1. Muito bem, pesquise um artista brasileiro que trabalha com esse assunto escolhendo algumas das suas obras mais significativas (que dialoguem com o tema escolhido por você).
2. Em seguida, procure na disciplina HAV1 obras que trabalham, nesse caso, arte e denúncia social (seu assunto) e pense em como essas obras poderiam ser apresentadas, junto àquelas do artista brasileiro escolhido por você, na sua galeria virtual. Ao todo, sua galeria deverá conter pelo menos dez obras de arte. Caso você escolha apresentar esculturas, instalações etc, as peças devem ser fotografadas, descritas e localizadas espacialmente na exposição.
3. Elabore o texto de abertura da exposição. Nesse texto você deve justificar a escolha de seu tema, falar da relação das obras escolhidas com seu tema, estabelecer um diálogo entre as obras do “seu” artista e as obras da disciplina. Ele é fundamental para entender e justificar seu objetivo ao montar sua galeria e funcionará como fio condutor de sua exposição. Esse texto deverá ter no mínimo 400 palavras.
4. Em seguida, você vai definir e descrever, no texto, a distribuição física das peças na sua exposição. Por exemplo, descreva a galeria, defina a iluminação do ambiente e das peças. Proponha um percurso para que o expectador percorra para que ele possa acompanhar sua proposta de exposição.
5. Nesse processo, você não pode esquecer-se das legendas, as informações que dizem respeito a cada obra escolhida. Lembre: A Legenda deve conter: Título da obra, Nome do autor, Ano de produção, Técnica, Medidas das obras, local onde se encontra a obra atualmente.
ATENÇÃO: Observe o tamanho das imagens que você vai utilizar, procure imagens leves. Se tiver dúvidas, procure informações com seus tutores (presenciais e a distância).
6. Elabore a Ficha Técnica (ver texto acima) da exposição, que estará disponível para os visitantes.
7. Essa exposição deverá ser construída no Power Point e enviada pela plataforma. Haverá também um espaço de Galeria onde colocaremos os trabalhos de todos os alunos, assim, todos nós poderemos visitar as exposições elaboradas como tarefa final da disciplina.

Bom trabalho e ótimo final de curso!

Nenhum comentário:

Postar um comentário